As estatísticas são muito interessantes. E há estatísticas para tudo. Saber valores estatísticos para acontecimentos estranhos é a melhor maneira de pôr a vida em perspetiva. Por exemplo, quando fico a saber que, anualmente, morrem em média 100 pessoas asfixiadas por engasgamento com esferográficas, isto diz muito sobre a Humanidade. As estatísticas bem feitas dizem muito sobre os tempos que se vivem e elas têm que ser vistas no seu contexto. Descontextualizar é batota. Ninguém me garante que as 100 pessoas que morreram asfixiadas com esferográficas não morreram todas asfixiadas com a mesma esferográfica que era assim a versão economato do Chuckie.
De qualquer modo, aquilo de queria falar era do Neymar e das crianças. Parece que, na Bolívia, 10 em cada duas crianças que são registadas atualmente ficam com o nome «Neymar». Também parece que, aqui há uns tempos, os nomes preferidos eram «Cristiano» e «Messi».
Cá em Portugal não se pode fazer isto. A menos que uma criança tenha um pai estrangeiro, o seu nome tem que se cingir à Lista Onomástica Portuguesa, ou então tem que se fazer um requerimento a pedir com muito jeitinho.
Acho mal. Cá em Portugal eu posso chamar Arsénio ou Hélio ao meu filho, e não lhe posso chamar Néon ou Butano. Eu queria chamar-lhe Butano. Para não ser assaltado na escola.
Para alguém que se interessa por estas coisas, isto é extremamente inconveniente. Assim como os topónimos (nomes de localidades) e gentílicos (nomes que designam pessoas de acordo com as suas localidades), alguns antropónimos (nomes de pessoas) guardam registos da História. Não vai ser bom quando, daqui a 40 anos, ninguém se lembrar do Neymar jogador, e estes Neymarzinhos, tornados Neymarzões puderem contar aos seu filhos daquele grande jogador que os batizou?
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